quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

anuncio do fim

A aventura de conhecer seu corpo começou com quedas e choro, esfolados e dor, tombos e susto.
Acompanhado de platéia, mensuram o drama. O que impressiona?
Depende a reação, o dever sentir ao olhar alheio.
Sua sensibilidade era fronteiriça da própria experiência e a intenção de amenizar de outro.
O sangue é drama com convicção. Depois ao saber dos vasos sanguíneos e a incidência sobre algum; coisa que vai vazar mas sem gravidade. Saber de hemorragia e estancar.
A dor aprendeu que não deve doer, os envolvidos não querem sofrer.
Seu corpo responsável pela paz dos outros. Eles querem saúde.
O drama é cena de fatos que desconcertam.
Passou ileso de infância peralta, uns cortes aqui, ralados ali, uma fratura irresponsável.
Fortalecido, supera traumas.
O show de dor acontece quando deve com silêncio aterrorizador e olhar vertiginosamente buscando firmeza.
Sua saúde é sua medida, sua medida é a justiça de Deus.
Achava-se um animal inteligente que precavido das adversidades a manutenção da integridade física era uma ciência.
O acaso era sua ignorância mas a doença fatal era um imprevisto por este corpo que dimensionava a razão, o alcance do conhecimento adquirido, projeções e sonhos e fé abalável pela relatividade.
E aquele que devora a vida, extinguiu o sagrado e o profano em seu corpo, a miséria do conhecimento, a insignificância de seus feitos para quem equalizou o sentir, a substituição de sua utilidade por alguem com vitalidade.
Fundou a autopiedade numa torrente de lagrima e só tinha a sua memoria e a importancia unicamente para si a versão da própria vida.
Os dias já não eram mais, não havia sopro de alegria neste fim anunciado.

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