quarta-feira, 10 de setembro de 2014

e se


 A fila anda a lentos passos, olho para os lados para não me irritar.
Ao olhar, julgo a moça que passa ao telefone; afetada e antipática.
Volto a si e concluo que o pensar irritada faz dos outros encoleirados. 

Quando ali, penso fora de si, uma hipótese de concluir o que seria se:

- a mulher ao telefone fosse minha cliente, seria de meu total interesse sua chatice, esse jeito arrepiante me tiraria do cotidiano irritado.
- fosse eu que estivesse do outro lado da linha, ouvi-la na parte que me irrita, faria buscar minha calma e contornar o que não agrada para diferenciar os momentos que quero falar com ela.
- ela fosse um personagem do que vou escrever, esse jeito antipático e afetado são parte do personagem que ela criou de vendedora e gerente (imaginado por mim) e a ligação do telefone, foi a chamada de uma funcionária que dá bola fora no que é encarregada na loja. E justifica o seu jeito que me irritou.    

De repente:

“Que porra de fila que não anda”

Acaba o romance e penso: “E se tivessem mais caixas?”

terça-feira, 9 de setembro de 2014

na lida

Se o diabo é tema é porque a maldade tem morada

Se a graça foi tirada o território é livre para a ameaça                                                                                                                                           
Entre a cruz e a caldeirinha nunca a neutralidade                                                                                       

Cada amanhecer uma dádiva, passos rápidos para pagar a dívida 

A noite o fervor do esquecimento, que acorda com calma os fantasmas                                                                                                                                   
Sonhos desenham porta de entrada ou saída, objetos e pessoas determinam suas escolhas

Imaterial do mundo reúne seu todo e contudo para todos é nada

Acorda com a corda no pescoço.