Passou anos no vai e vem, vem e vai, parte e cola, fica um
pouquinho, de pouquinho em pouquinho, ficou bastante.
Quer tudo e nada mais têm.
O nada, a memória, do vivido, um rosto e olhar lânguido, não perde a imagem do
amor, tão instável, fez paixão.
Amorosamente perdoou, apaixonadamente errou.
Partiu o carinho do amor sem maturidade, se lançou no peito jovem, beijos
elegantes de um carnaval de pele mulata, negra e branca.
Beijou ele, depois ele lá,
ela acolá e mais uma vontade errada.
Pega pega, esconde esconde, enrosca,
desfaz.
Entorpecida, se nubla de particularidades.
Vê o povo de corpo da América,
Europa e África.
Movimento, gesto, máscara, brilho: todos saltam aos olhos
fechados mais fáceis de transfigurar no centro do rosto o sorriso aberto
convidativo em lágrimas românticas face ao que exclui, ao que ergue a fantasia,
o que espera e o que não espera, como o bloco que fica parado ao passo que não
acompanha a música.
Emoção flui em idiomas do mundo como uma onda no mar de Lulu Santos,
junta zona norte e zona sul banhado pelo litoral, não leva nada e circunda o
corpo-carnaval que se refresca no Rio 40 graus.
Quarta-feira de
cinzas só sabe de mais nada, a memória do vivido e do jovem.