quarta-feira, 1 de junho de 2011

Mulher que inspira a lira

O burburinho da platéia, luz meio fio no salão.
Proximidade entre as pessoas, troca de assuntos sem densidade como a fumaça do cigarro.
Alguns sons emitidos pelos técnicos, vestidos de preto que circulam pelo palco.
Testam instrumentos e aperfeiçoam qualidade de emissão.
Elegantes garçons em seus trajes típicos formais são solicitos e servem bebidas em copos de formas e líquidos de cores variadas.
Cheiros agradáveis da cozinha escapam para o salão.
Entre as sombras tudo está habitualmente funcionando.
Uma luz azul incide no palco: músicos entram com um jeito despojado, destituídos de luxo.
Todos esperam a estrela, divina, magnífica.
Ela, atras dos panos pretos com a face ruborizada detém um coração com batidas ligeiras, controladas pela respiração, profunda e intensa. Pronta para comover, ela é a resposta da espera de quem pergunta, "por que ela"?
Entra vestida deslumbrantemente simples, acena gentilmente para os músicos e se direciona para o microfone ajustado a sua altura com quem faz par.
Os lábios se movem sutilmente e um sorriso aparece. Seus olhos adquirem um brilho, sua forma entre o fitar desperto na platéia e a expressão feliz de satisfação também evidencia marcas de expressão de uma tristeza em sua voz suave diz: "Boa noite senhoras e senhores".
O veludo de sua voz acaricia nossa alma e esta grande mulher desvenda sentimentos na propagação de uma harmonia de timbres e nuances de suspiros naquele salão.
Tão delicada e importante esta proclamação da vida em voz é a descrição da coragem de uma uma mulher que inspira.