segunda-feira, 31 de março de 2008

Carta de interesse - "Criação em Intervenção"

Vejo o teatro como exercício diário e contínuo do corpo, para um bom desempenho em papéis a serem representados.
As emoções e estados sentimentais do cotidiano são materiais a serem utilizados no teatro. Sempre com um tema ou pauta a ser abordada.
Nossos estados de alma e conhecimento lideram, exemplificam e fazem a diferença em relação ao modelo massificado, informando algo.
Para a permanência do sujeito no grupo, e na vida pessoal do artista, precisamos estar sempre inflados de emoção, sentido, orientação e informação.
De dentro para fora, a importante tarefa do ator é fazer pensar e pensar em si no mundo.
A vida é material para a arte e a arte teatral se configura imaterial, no sumo dos dramas humanos. Os conteúdos extraídos de cenas, são essenciais para a vida moderna. Alimenta-se a vida de uma forma sensível.
O treinamento do ator/atriz é além daquelas dadas em escola, é estar inserida em um grupo com as técnicas pessoais, humanas, na forma dramática, trágica, frívola, cômica, etc. Em contraponto a máquina que tomou o lugar do homem.
A literatura, o cinema o teatro dão graça na vida real burocrática, cerebral, funcional e útil.
Forasteira nesse mundo é minha condição, mas sempre rodeando e dentro e fora dos nichos. Minha chama interna, minha pulsão, meu coração. O teatro também é estar entre outros seres humanos e seus artifícios e mediações para preservar a nossa centelha singela individual.
O que me faz funcionar, é a integração do corpo, da mente e a espiritualidade.