sábado, 12 de abril de 2014

De uma referência, uma observação

Manequins de fibra desfilam em automóveis robustos, tem distintivo da marca.
Por cima do chassi desconheço seu panorama mas a vista para mim é do panorama do comercial de margarina, das ideias sagazes e imaginário propagadas no comercial da novela das 21h da Globo, trilha sonora "Because i'm happy", moradora do bairro Moema com agenda e de sua filha atolada de compromisso com o bem estar.
Do meu possante, que me importa esticar a marcha agilmente e costurar em avenidas?
Me subordino a hierarquia de apreço a estima do outro.
Disso depende meu ponto de vista nas regras da babilônia.
Do lugar comum de encontro provisório, parada no sinaleiro, o governo da direção vê a frente, na espera: distração, espiada ao lado, ignorada ao vendedor de flores ou gentileza com o maneta.
Cada estado, cada música, cada silêncio, cada pensamento, cada dia, sempre a manequim de fibra me faz não levar a sério o grafite, a sentir dó de que tem ritmo para vender água, a pensar que esse mesmo veículo robusto com distintivo de marca é o que a moça no prostábulo exibe seu emblema, com intervenção ou não cirúrgica, até industrial, faz o asfalto queimar.
Parada, pedestres assim e assado, avançam com audácia ao passo de cada um, cada qual com seu cada qual mas cridos como eu na maioria, veias da cidade, ousados, reprimidos mas obedientes ao itinerário da viação “da estima” Gato Preto, com cuidado e atenção ao Piso Baixo.

Destino Socorro, Consolação e Paraíso.

A borracha gasta e penso no preço da grama de prata, no peso da placa de cobre espessa, do tempo que trabalho e não penso nada, de quando não faço nada e penso.

E de não fazer nada, o grafite nos muros do cemitério é corrente, no bairro do Morumbi é revolução.