terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Fazer-se compreensível? Compreender-se-a-si-mesmo

A Comunicação pretende, por seus meios, permitir que a mensagem chegue à alguém.
Essa ferramenta (ou atalho), o blog, é um instrumento eficiente para que isso ocorra e sua forma reúne diversas possibilidades para uma comunicação completa.
A idéia de possuir um espaço virtual é o desafio de um comprometimento com o meu auto-conhecimento e o maior de todos, a responsabilidade estética e organizacional nas minhas expressões.
A princípio, o conteúdo que será abordado aqui, serão elaborações de vivências e seu desenvolvimento visa chegar a observação da realidade concreta.
O mundo interior possui um movimento ininterrupto de sensações e o seu esvaziamento permite sair dessa esfera subjetiva e lançar o olhar objetivamente para o mundo.
Considero essa minha escolha de tecer um blog como um desanúvio do esmagamento que por vezes me sinto oprimida. E não apenas em um ato particular, mas no compartilhamento desses para possível identificação, afinal ele será divulgado.
Eu me interesso por pessoas, e nós existimos! Quero com isso ressaltar que todas as minhas notas estarão ligadas ao humano.
Uma mente que funciona full-time e é capaz de interpretar sonhos, os que ocorrem quando estamos dormindo, também pode verificar comportamentos incongruentes, pelo menos com a nossa natureza e assim instaurar oposições entre o que somos e o que vêm do outro.
No meu caso, essas faíscas riscadas com a identidade/personalidade do outro, podem gerar uma guerra interior que parece se exprimir no meu comportamento seja por meio da escrita ou recontituição de situações adversas no imaginário, me prontificando para dar vasão àquilo que ficou maturando.
O receio é se esse mecanismo de introjetar coisas está vinculado à minha personalidade ou a valores arraigados, algo difícil de identificar.
Muitas vezes penso no escrúpulo. A verdade se resume à que sou demasiado ponderada e preciso encontrar algo que dê movimento para eu modificar o existente ou ser modificado por ele.

"A arte não é um fazer-se-compreensível, mas um urgente compreender-se-a-si-mesmo. Quanto mais´perto você chega a sua mais interior, mais solitária contemplação ou imaginação (visão), mais coisas foram alcançadas, ainda que ninguém as entenda." Rainer Maria Rilke