A
passagem do tempo espanta alguns pelo aspecto outros por preocupação das
leituras.
Os
novos romances serão paginados pelo desequilíbrio que confessa a herança paterna
ao vingar-se do amante, sucumbe a discórdia ou estreita uma luta junto. Mas sempre
olhará para os sapatos velhos.
As
novas amizades serão paginadas de compreensão imediata, poucas expressões
intrínsecas, pêndulo de interesse
levado, paragem de confiança que no fundo sempre falta.
Os
filhos serão paginados na mais linda história da vida, com enormes, fartos e
potentes peitos, água que banha, meleca, barulho, cheiro traz aroma de cada
estação e de natureza contemplativa para a vida.
Casamento
uma resistência que dissolve os próprios padrões para cuidar de empregadas e
servir jantares a clientes. Magia da maternidade por leitura de justiça social,
legalidade, civilidade, educação, ciúmes em troca de prateleiras na casa
charmosa com boa iluminação.
A
passagem do tempo não espanta, quer ser uma velha enrugada que assusta crianças,
jogar baralho e fumar com os homens. Ou resguadar-se no tricot, crochê, ponto
cruz, pantufas, pijamas. Até quem sabe embolorar-se lendo ou pegar uma pasta de
elástico no escritório e etiqueta-la: Ficções.
Acredita
sobretudo na bem-aventurança indissociável da escrita, ácido que dissolve padrões.
Sem
defesa contra o lixo sentimentalista das mulheres de Atenas, produz subtexto
contraventor. Irrigando vasos venais de projetos, com datas e prazos, comunicado
intercalado com colega ao provocarem momento, atenuando, precipitando ou
participando de uma idéia comum. Cabides e mancebos no Conjunto Nacional,
trocar de roupa para cada situação em São Paulo de todas as estações em uma, de
uma desarmonia universal do verão, de tribos e funções na Avenida Paulista.
Avenida Paulista deprimido e só, com olhar de marca passo, Avenida Paulista de
visita comercial, captação de recurso e discurso, Avenida Paulista de teatro,
cinema, livros e café.
Caminha que a vida te encontra.
Caminha que a vida te encontra.