sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

entretenimento na pressão



A concentração de renda é mérito, o problema é o modelo estabelecido.
Dele há imitação, sátira e violência como efeito da voz própria numa iconoclastia.
Enquanto vendedores são premiados, marcham por uma instituição a custa de seu stress em eguer a vida do outro.
Entretenimento é a válvula de escape.
Este promove a expressão criativa, experiência “sensível”que formata conforme classificação.
Todos riem, como hiena ou buscando ar para encher o pulmão, internalizado de humor e vale o risinho de canto de boca com uma trepidada cruel.
Prestação de serviço e entretenimento estão previsto na lei, uma lei que coloca patati patata para os eleitores enquanto são cortesãs.
Vou pro jardim da infância reviver o que é essencial adquirir real conhecimento.


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

cada louco com a sua mania


Há regra, conduta e se não cumprir contamos com sua compreensão.
Você lê a placa e conclui que o outro está errado porque não se comportou conforme as regras do ambiente.
Você está certo.
O pressuposto é que o outro entenda, mas você o considera louco e razoavelmente se expõe conforme a placa.
É loucura fazer o louco te entender, um jeito heróico que vive dentro quer excluir a loucura dali.
Você acredita que pode transformar o outro que afastou, mas para isso tem que se aproximar e correr o risco de entrar em sua ficção.
Seria bom se houvesse supervisor, mas estes olhos aqui permanecem atentos aos movimentos e a violência do discurso e justificando-se pela placa do que é inapropriado. Dotado de razão, da qual ele não tem compreensão. O estado dele é violento, sua arma é a papagaiada, seu carisma é a ameaça.
.Para não lavar as mãos encaminha para outro responsável, mas não há responsável que compre a causa.
O ambiente público não comporta loucos, quem comporta são as pessoas.
Nós temos teto e afeto e particularmente somos loucos.
Se ninguém se estende a mão ao zé ninguém, ele tem mais que correr pelado por aí!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

anuncio do fim

A aventura de conhecer seu corpo começou com quedas e choro, esfolados e dor, tombos e susto.
Acompanhado de platéia, mensuram o drama. O que impressiona?
Depende a reação, o dever sentir ao olhar alheio.
Sua sensibilidade era fronteiriça da própria experiência e a intenção de amenizar de outro.
O sangue é drama com convicção. Depois ao saber dos vasos sanguíneos e a incidência sobre algum; coisa que vai vazar mas sem gravidade. Saber de hemorragia e estancar.
A dor aprendeu que não deve doer, os envolvidos não querem sofrer.
Seu corpo responsável pela paz dos outros. Eles querem saúde.
O drama é cena de fatos que desconcertam.
Passou ileso de infância peralta, uns cortes aqui, ralados ali, uma fratura irresponsável.
Fortalecido, supera traumas.
O show de dor acontece quando deve com silêncio aterrorizador e olhar vertiginosamente buscando firmeza.
Sua saúde é sua medida, sua medida é a justiça de Deus.
Achava-se um animal inteligente que precavido das adversidades a manutenção da integridade física era uma ciência.
O acaso era sua ignorância mas a doença fatal era um imprevisto por este corpo que dimensionava a razão, o alcance do conhecimento adquirido, projeções e sonhos e fé abalável pela relatividade.
E aquele que devora a vida, extinguiu o sagrado e o profano em seu corpo, a miséria do conhecimento, a insignificância de seus feitos para quem equalizou o sentir, a substituição de sua utilidade por alguem com vitalidade.
Fundou a autopiedade numa torrente de lagrima e só tinha a sua memoria e a importancia unicamente para si a versão da própria vida.
Os dias já não eram mais, não havia sopro de alegria neste fim anunciado.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

degradante



Na sua porta ás vezes encontra-se cadáveres, ele desvia chutando ratos.
Sua casa foi assaltada por bandidos que perseguiam seu housemate que era envolvido com drogas. 
Levaram a televisão, rádio, computador e hoje é um nômade que busca informação na rua.
Assim de um jeito underground, não usa desodorante, suas calças são furadas, cabelos compridos sempre de gorro ou quando entra em um estabelecimento molha a cabeça.
Tem que responder para o oficial de justiça que visita sua casa para proteger o colega, mas quando pede para levar o cadáver o oficial diz que tem trabalho a fazer.
Ainda tem um telefone que fala diariamente com sua mãe que empresta um dinheiro para arcar com alguns insumos de seu trailler de hot dog.
Sua filha não faz nada, dorme durante o dia no sofá desfiado e quando o pai cobra uma atividade ela diz que vai dormir para não ver sua cara.
O trailler é desenhado de grafite e vem atraindo mais e mais gente e o sucesso desperta a filha.
Ela pega todas as comandas amassadas e jogadas num saco plástico e faz os cálculos de quanto se gasta e quanto ganha e dá sugestões de comprar em atacadões. 
Na calculadora ela digita rapidamente e tem um senso de organização mas tem que se deparar com as baratas no escritório.
O pai aproveita o andamento positivo dos negócios e bebe bem mais.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

natureza



Sua manhã inaugura com um belo copo d'água, banana ou mamão e pouco papo. Rosto pálido contra a luz que vem da janela atrás dele, olhos diminutos e gestos assertivos para cortar finas fatias de queijo branco.
Ao sair deixa para os passarinhos três bananas no canteiro cheio de folhas secas caídas da árvore.
O humor de seu dia depende se a calçada estiver varrida, sem as folhas secas.
No canteiro não é problema, nem preguiça de retirar é porque é aduba a terra.
Caminho seco e investimento na fartura, sua natureza.
Aliás a grama do vizinho sempre é mais verde, e sim, projetos de iluminação, plantas ornamentais, paisagismo. Mas sabe, a luz à noite é prejudicial a planta, a fotossíntese deve ser durante o dia, deixa ela doidinha.
No canteiro dele, senta como bebê para arrancar matinho da grama, fica cheio de si por ter muitas minhocas.
Seus amuletos são a mesa que trabalha e sua esposa.
A mesa antes tinha um enorme cinzeiro e ao final do dia bitucas mil, era o que envolvia sua fé, hoje a cobra ainda fuma mas agora coça a cabeça.
A esposa é muito feminina, de humor lúdico e maldade esportiva. É tímida mas sabe fazer sala.
Quando se arruma é um deslumbre, tem bom gosto. No dia-a-dia é simples e tem jeito pra tudo.
É mãe, daquelas lobas que juntam a matilha e oferece seu amor a todos desprotegidos.
Tem seu jeito que indifere de uma política da boa vizinhança, corre atrás do seu e o marido oferece alguns caprichos a ela que sabe usufruir sem piedade.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

material orgânico e duro



Típico romance literário o início tinha uma determinação, ela foi escolhida por ele.
No início se deu com boas impressões, frequentavam lugares bonitos e charmosos; restaurantes, lanchonetes, entretenimento em salas de cinema para filmes comerciais, presentinhos inesperados para agradar e a comemoração das datas especiais devidamente prestigiados.
Tudo parecia correr bem, ganhou um lindo anel de noivado e marcou data para o casamento.
Traiu seu noivo antes união.
Entre dúvidas dos desejos sua determinação era formar família e assumiu a vida de casada, fiel.
Impecável na limpeza da casa, no horário das refeições, trajava-se elegante todos os dias à mesa do jantar. Tinha faqueiro de prata, louça e seu gosto por toda a casa.
O marido desejado no trabalho só tinha olhos para a esposa modelo. Mantinha o agradinho de quando namorados, presentinhos deixados em cima da cama para enfeitá-la ou a empolgação de ser sorteado com rifas e facilitar o trabalho da esposa do lar. Porém ela o desprezava.
A filha quando criança era seu bichinho de estimação, na adolescência virou sua boneca e conflitos quando adulta.
A traição no período de determinação do casamento era presente. 
Aparecia de camisola transparente no quarto da filha quando esta estava com o namorado.  
Incorporado o desprezo pelo seu marido e a incompreensão de suas confissões à filha um dia vestiu-se elegante com um colar de peŕolas e desapareceu.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

subtrama


Desfazer-me dos cabelos preencheu de ar.
Assim gestos ligeiros pedem calma, algo de brilhante em minha mente, incrível coisa que sofre. Estampa oca de uma representação da feminilidade, um ato de ódio de ser desejada, mas que quer ser usada. E reitera o que era, de novo o que tem pouco. Auto-respeito.
Outras são as extensões ao outro, cabelo de sereia do mar que pisa em rosas brancas está para headfone rosa e o reflexo nas vitrines.
Enquanto impressiono alguém, finjo não me importar, minha resolução se apoia em objetos, imagens e sons e que alcançar como antena, uma rádio cabeça.
Cultuo uma nova cultura enquanto faço a diferença do imaginário.
Ao mesmo tempo que hoje quero ser retardada e doce tenho ansiedade pelo inverno e não ser alvo de moda irônica com efeito sonoro de perdedor num programa de entrevistas japonês, please.
Ir fundo nas sensações: doar e doer, o fragmentado como divisão intrínseca.
No sentido do conjunto de sons minha imagem me dá vergonha por toda coragem.
Sem critica não sou violenta.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

solto a voz na estrada


Quando moleca, não tinha aspirações eu era irritante, o equivalente ao efetivo.
Fazia uma voz rouca e grave que ocupava o espaço da casa inteira e o barato do piano executado por minha irmã. No repertório Smoke Gets in Your Eyes, Sattin Doll e All of me.
Era um show de horror, uma performance degradante frente ao instrumento.
Me rebaixava na maneira de interpretar, mas era tão honesto ao meu imaginário aos cantores, Louis Armstrong.
Não pretendia chegar a lugar algum com uma performamce sutil, clássica, afinada era mesmo o momento do escracho, time of my life!
Me lembro na sala ampla soltando o vozeirão, gastando a garganta na rouquidão, o rosto provavelmente distorcido e feio mas seguindo a letra em inglês, no ritmo do piano e por vezes interagindo com o piano, me apoiando numa pausa quando via meu reflexo.
Era meu show, eram as classes da minha irmã que enfeitava de maneira mais grotesca.
Minha mãe não dava muita atenção acho que porque esperava mais beleza, mas pescava sua passagem pela sala e seus olhares incrédulos com a piada.
Mas hoje amo as cantoras americanas Mariah Carey, Christina Aguilera, Jenifer Lopez, Kelly Clarkson ye seus trejeitos de intensidade de voz.
O canto sempre foi um retorno do que era, um ato de autodefinição que amo karaoke, gengibre, já roubei microfone  em roda de samba, cantei em luau, fiz coral na escola e ganhamos o campeonato no Tuca e participei do Coral da Usp.


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

consta duas coisas



O gênero é para preencher formulários., quando solicitado você tem a liberdade de se declarar o que quiser. Acho que o preconceito se trata de um pós-conceito acerca da declaração, ou seja o preconceito é uma má combinação do cartão resposta com o juizo formado de quem solicita preencher um formulário.
Engraçado que aquele que sentencia acredita ter um discernimento, mas não passa de uma opinião com fundamento incerto.
A biologia é o estudo dos seres vivos e das leis orgânicas, é sabido das diferenças sexuais do feminino e masculino e o postulado é um fato reconhecido, mas a verdade é indemonstrável.
Isso significa que você pode de fato ser um homem mas se realiza como mulher ou ao contrário, defendo que como ser vivo você inventa os detalhes.
Nasci batizada menina, por minha mãe e meu pai, biologicamente sou do gênero feminino e também no formulário, conforme meus pais realizaram. Porém vejo meus pais e toda a história que venha a contar deles é uma invenção que conto em diferentes versões, a natureza pode ser de uma única maneira mas os eventos são interpretações.
Por isso respeito que a declaração de sexo e raça seja uma invenção e não respeito o preconceito de formulário, porque como ser vivo a verdade é o fato que o indivíduo realiza.
E se nem seus pais tem o domínio da sua concepção, quiça um pesquisador de campo.
Guarde o estranhamento como a melhor das impressões.
E também, preste atenção em como sua mãe tem vocação para marceneira e seu pai é um romântico nas ideias sobre rumos da sociedade.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

empuxo

Uma coisa é a vida chata de uma pessoa interessante outra coisa é uma pessoa chata com uma vida interessante.
É comum se interessar pela pessoa prática e esperta, mas o forte sentimento desdenha do automático e da engenhosidade.
É claro que é preciso uma diligência e aplicar um zelo para conseguir algo, chegar em algum lugar mas são os momentos de distração e flutuações que se saboreia a experiência.
No lugar de coisa nenhuma brota qualquer coisa.
Se você está preso a modelos e eficiência você pode ser um chato com auto-estima até por se desvalorizar muito. A pessoa interessante pode ter uma vida chata, sem menção a qualquer fetiche de uma auto-estima desmontada, a relação está muito mais apta a se erguer nela própria porque instaura o agora.
O embarque da relação, é a imagem dá água contornando o corpo e seu limite ser tocado pela água, é uma promessa humana básicas de segurar um espelho gentil ao outro enquanto se exploram.


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Não sou uma dessas



Meu pai salienta nossa inteligência, por ter ele como pai me acho fodona.
A beleza de onde depende de recursos deve um meio termo, ele não queria barbies e nos inclinamos para a malacabagem, trapo e farrapo. Quando  mulher ele resmunga nosso destrato com a vaidade.
Mas há uma cobrança natural: da idade, do conhecimento, das cobranças, da busca de realização de sonhos que tem afinidade com o desenvolvimento da criatividade para ganhar dinheiro.
A rebeldia do vestir-se conforme o que dita a moda para adolescentes meninas ou as meninas adolescentes que instauram a moda pelo uso, daquele tempo ignorei keds, calça bailarina e paetê. Alguns cacarecos foram incorporados como sombra de glitter, gargantilha tatuagem e melissinha de plástico.
Agora faz-se presente o humor com as cores, orelhada de corte e custura, tecidos nobres e pobres e o que quer propor com o que veste. 
O orçamento que te coloca no seu estilo e a esperteza de achar pontas de estoque.
Isso significa que passou a fase da rebeldia, que o que importa é ter tudo de básico, peças pretas e brancas para o dia-a-dia e aquilo que dá um ar moderno, descolado com investimento durante o ano achados por aí...
A beleza é puro esforço, bem vestida, bem humorada é bom senso de uma obrigação do convívio.
Quando rola um desânimo de prestar seus investimentos para os outros, tem o grunge, o punk e o estilo pijamas (meu preferido).
Uma coisa desde a adolescência é ser aceito, no meu caso nunca fui estranha, talvez agora na maturidade tenha minhas bizarrices, mas always and forever aquela queda por babacas.
Antes era, se gostássemos dele nos julgavam vadias, o amor platônico confundia-se com uma promiscuidade. 
No sonho de andar de mãos dadas no pátio, no intervalo da escola, no clube após o treinamento quando ele te espera, era confundido o interesse pelo bonito com o forçar a mão: “gosta de mim, é uma dedada que você quer".
Hoje os homens já não vulgarizam, eles são cavalheiros ao tirarem suas calcinhas mas é tipo drive thru, sem sair da zona de conforto usufrui do produto e serviço mas não quer saber as maquinações dela.
Assim a mulher hoje, se veste para outras mulheres, para o conforto de seu corpo e desfruta do prazer que alguns e não todos, os homens, proporcionam. Ela é uma entidade que deve ser adorada, mas na nossa cabeça formada pela adolescência ainda fica resquícios que devemos violar nosso corpo devassadamente. 
Isso não quer dizer que no circunscrito a brincadeira tem liberdade e limite.