- É a segunda vez que me pergunta, não
é nada.
O olhar dele.
Lembro de quem não me compra.
A cobrança em ser aceita me traz a
casa, me une as mãos.
O coração bate mais forte, sinto nos
dedos o pulsar, o corpo se ocupa em preenchimento de vontade.
Antes de dormir é memória e projeção,
protejo o que é meu e sofro pelo desapego.
Na passagem da noite calada, conjugo a
respiração.
No desencontro do conforto, a cama me
absorve como feto.
Já adulta na continuidade do tempo,
rupturas rebeldes de sincronia.
Junto quero estar, me pertence a dúvida
da entrega sobre o colchão, um pensamento individual não se
harmoniza no limiar do outro.
Manifesto das mãos, pernas que se
roçam, cabelos entre os dedos.
Toda entrega a liberdade do outro,
doação que o corpo faz tem a alma viajante.
Alma perscruta ser adorada como
divindade, de mensagem direcionada à queda ao que o religa.
O olhar dele.
Tanto brilha, grande cômico, meu
recôncavo.
Desfilo como imagem, me fragmenta o
pensamento sobre sua opinião.
Não pergunto terceira vez, deixo a vez
deixar a vez.
E a vez é deixar, um pouco aqui que integra ali, partes no todo.
Separado, penso como junto era inteiro.
Separado, penso como junto era inteiro.