As sementes, corais, coquinho seco e turquesa vão caindo do colar de fibra trançada.
União no peito com o externo. Artifício de mãe para filha, para isca ou recebimento?
Por meio que obteve o objeto artístico, a habilidade do colar de badulaques naturais e secos, entrelaçado por barbante, após o uso de ontem, sementes despencam uma a uma depois de uso préstimo - o benefício é da ordem da lembrança útil de ontem - a utilidade do mesmo agora quase imprestável - a memória para fugir do medo, dispõe outro retrato da serventia.
Ontem estava inteiro, hoje sujeito à reparação das sementes que não se perderam. Agora o artifício de mãe para filha é caso sério, pois se o colar natural e seco na altura do externo, timo, coração se despedaça, a figura que se monta é o meu despedaçamento ao colocar o colar como sujeito e eu me reparar das qualidade das sementes, fibras trançada, corais, coquinhos, turquesa e bem escrito sobre o símbolo do préstimo o artefato para corpo, presenteado de mãe para filha.
Ao concluir este trecho que me partiu por causa do colar a se despedaçar. Logo tudo seco já seria o préstimo de qual isca ou recebimento, para quem? Mãe ou filha, pelo artifício do colar natural.
Posso recompor a peça, mas não exonera a astúcia de minha mãe deixar eu receber esta isca.
Qual isca? Boa pergunta. Ela Isca? Eu Isca? O colar perde a relevância de reparação à quem usa neste contexto de presentear o objeto artístico, para Símbolo de mãe para filha e simplesmente vou reparar este colar de fibras trançadas, sementes, coquinho, turquesa e coral às profusões dos ditos vou catar coquinho deste engodo.
INTRINCADO enredado
De dentro para fora e de fora para dentro: o encontro. Comigo e com os outros...enredado.
terça-feira, 15 de agosto de 2017
segunda-feira, 14 de agosto de 2017
bandeira do privado
O campo de visão envia para o cérebro o extremo que captura do macroconceito ao microorganismo.
Autoafirmação no seguro ambiente, identidade denegrida antecipa-se como principal pobre, escasso, frio e duro destaque. Ativa realidade criada para extermínio necessário sem a prática da execução. Cérebro morto desintegra cruzamento, total e parcial, sinais manifestados automaticamente a revelia da ordem ou a ordenar natureza. No chamado do corpo coça os pelos pubianos e a negra profunda vem iluminar o pensamento, em palavra meio de vida às custas de mentira branca.
A cada idéia de ser macia, escuridão, a cada generosidade, um traço de dúvida. De quem não compreende, ofensa no meio a procurar compreender o que é a ofensa?
Sexo de vitrine, de neon, de fetiche a realizar uma masturbação de campo de visão do seu quadrado, retângulo cama ponto G lilás de cobertor/manta/edredon, gozo de porca de parafusa no teto do ventilador parado. O mau gosto estético, submetida ao elogio não desqualifica o corpo.
O reflexo inteligente de uma autoconsciência reflete olhos vivos, brilhantes, bilas/jabuticabas.
O banho que reduz o pensamento a procedimento, racionar o produto, deletar o glamour e o aspecto distante do comercial. Escorrendo pelo ralo a fantasia, o corpo na higiêne se desintegra ao pó do osso ao deparar-se com quadris relevantes no espelho.
Ao conjunto da marca, qualidade e discurso sua esqualidez associa-se no conjunto como imundície e sujeira.
Encontra no biquini branco e preto importado da China, meleca da vagina de um dia de Sol pendurada com orgulho de seu fluído que lava e pendura novamente junto ao colar de sementes verdes da Amazônia.
Bandeira no privado, ouve os tambores agarrando-se nas pranchas do equilíbrio.
Autoafirmação no seguro ambiente, identidade denegrida antecipa-se como principal pobre, escasso, frio e duro destaque. Ativa realidade criada para extermínio necessário sem a prática da execução. Cérebro morto desintegra cruzamento, total e parcial, sinais manifestados automaticamente a revelia da ordem ou a ordenar natureza. No chamado do corpo coça os pelos pubianos e a negra profunda vem iluminar o pensamento, em palavra meio de vida às custas de mentira branca.
A cada idéia de ser macia, escuridão, a cada generosidade, um traço de dúvida. De quem não compreende, ofensa no meio a procurar compreender o que é a ofensa?
Sexo de vitrine, de neon, de fetiche a realizar uma masturbação de campo de visão do seu quadrado, retângulo cama ponto G lilás de cobertor/manta/edredon, gozo de porca de parafusa no teto do ventilador parado. O mau gosto estético, submetida ao elogio não desqualifica o corpo.
O reflexo inteligente de uma autoconsciência reflete olhos vivos, brilhantes, bilas/jabuticabas.
O banho que reduz o pensamento a procedimento, racionar o produto, deletar o glamour e o aspecto distante do comercial. Escorrendo pelo ralo a fantasia, o corpo na higiêne se desintegra ao pó do osso ao deparar-se com quadris relevantes no espelho.
Ao conjunto da marca, qualidade e discurso sua esqualidez associa-se no conjunto como imundície e sujeira.
Encontra no biquini branco e preto importado da China, meleca da vagina de um dia de Sol pendurada com orgulho de seu fluído que lava e pendura novamente junto ao colar de sementes verdes da Amazônia.
Bandeira no privado, ouve os tambores agarrando-se nas pranchas do equilíbrio.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
Ficções
A
passagem do tempo espanta alguns pelo aspecto outros por preocupação das
leituras.
Os
novos romances serão paginados pelo desequilíbrio que confessa a herança paterna
ao vingar-se do amante, sucumbe a discórdia ou estreita uma luta junto. Mas sempre
olhará para os sapatos velhos.
As
novas amizades serão paginadas de compreensão imediata, poucas expressões
intrínsecas, pêndulo de interesse
levado, paragem de confiança que no fundo sempre falta.
Os
filhos serão paginados na mais linda história da vida, com enormes, fartos e
potentes peitos, água que banha, meleca, barulho, cheiro traz aroma de cada
estação e de natureza contemplativa para a vida.
Casamento
uma resistência que dissolve os próprios padrões para cuidar de empregadas e
servir jantares a clientes. Magia da maternidade por leitura de justiça social,
legalidade, civilidade, educação, ciúmes em troca de prateleiras na casa
charmosa com boa iluminação.
A
passagem do tempo não espanta, quer ser uma velha enrugada que assusta crianças,
jogar baralho e fumar com os homens. Ou resguadar-se no tricot, crochê, ponto
cruz, pantufas, pijamas. Até quem sabe embolorar-se lendo ou pegar uma pasta de
elástico no escritório e etiqueta-la: Ficções.
Acredita
sobretudo na bem-aventurança indissociável da escrita, ácido que dissolve padrões.
Sem
defesa contra o lixo sentimentalista das mulheres de Atenas, produz subtexto
contraventor. Irrigando vasos venais de projetos, com datas e prazos, comunicado
intercalado com colega ao provocarem momento, atenuando, precipitando ou
participando de uma idéia comum. Cabides e mancebos no Conjunto Nacional,
trocar de roupa para cada situação em São Paulo de todas as estações em uma, de
uma desarmonia universal do verão, de tribos e funções na Avenida Paulista.
Avenida Paulista deprimido e só, com olhar de marca passo, Avenida Paulista de
visita comercial, captação de recurso e discurso, Avenida Paulista de teatro,
cinema, livros e café.
Caminha que a vida te encontra.
Caminha que a vida te encontra.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
Vamos iludidos negar a verdade
É uma senhora de idade,
sem atrativos? Bem, são os bens. Extravagância!
Pode se maquiar mesmo com
a visão em decréscimo. Os associados ao clube vão gostar da maças do rosto
carmim e batom, o rímel fica ótimo como máscara vale um pingo negro abaixo dos
olhos. Sentada com seu físico que em casa pediriam para ligar a televisão. Na
piscina maquiada, com maiô floral e chapéu exuberante cai bem um coquetel de
frutas com guarda-chuva de papel.
É fumante na cidade de
tinta no chão para dividir os de dentro e os de fora? Não seja rebelde e
desavisada para enfrentar o inspetor da lei e levar bronca, é carência. Seja
radical, acenda um cigarro embaixo do viaduto. Você simulará o simulado.
Qualquer engano de substância é inocência e quem vai pagar a prenda é o curioso
da cidade limpa.
Quer ficar inativo? Liga a
televisão no Jornal Nacional ou Globo News fique paralisado na frente na tela.
Reconheça-se na mídia e deixe de viver ou submeta-se inquieto e observe a
atividade produtora.
Ao invés de ler filosofia,
filosofize a vida e fique especulando. Fique dentro de você procurando o
céu de um fim de tarde que não acaba.
Quer ficar isolado? Vá
para uma multidão de isolados. Sair para dirigir, correr, academia, bicicleta,
patins, skate uma atividade que escapa a reconsideração.
Sonhe
com Iphone, utensílios domésticos para cozinha, ar condicionado, roupa de
marca.
Seja moderno, seja
arcaico: chore pelas leis fatais. Instantaneamente após ver o comercial a
manifestação superficial mais esmagadora.
Com a televisão e a
internet ligada poderemos envelhecer!
domingo, 8 de janeiro de 2017
põe óculos escuros?
Põe óculos escuros. Pronto, ninguém detectou o constrangimento.
A
calcinha vive adiante a entrar no bumbum. Anda e conversa, desenterra-a discretamente. Ao lado de quem conversa, uma pernada
diferente. Pessoas na frente, logo, pessoas atrás. Quer viver num canto. Põe óculos?
No restaurante depois do jantar escolhido a dedo cada prato que compõe seu banquete. Vem a conta com a máquina de cartão. Tudo normal, crédito ou débito? Por dentro, na sorte por favor, crédito. Não passa. Faz tipo de indignado, porque já está surpreso. Faz tipo de rico, porque já está pobre. Faz tipo de garantia, dá garantia. Põe óculos?
No restaurante depois do jantar escolhido a dedo cada prato que compõe seu banquete. Vem a conta com a máquina de cartão. Tudo normal, crédito ou débito? Por dentro, na sorte por favor, crédito. Não passa. Faz tipo de indignado, porque já está surpreso. Faz tipo de rico, porque já está pobre. Faz tipo de garantia, dá garantia. Põe óculos?
Caminhando
pelos bares bonitos da cidade, distraído, cai num espelho d’água. Todos olham e
ele pede aplausos. Senta ao bar pede uma garrafa de whyski.
Embriagado
anda pela avenida de carro e é parado pela viatura de polícia. Olha mareado os policiais,
se apoia na viatura não entra no seu carro por não haver ordem, desencosta do
carro e cambaleia para frente da autoridade, recua e justifica o menu do jantar.
Pensa em declarar dinheiro ou enfiar na cintura do policial para sair. Quer alguém que desenterrasse a calcinha do bumbum fora do canto. Põe
óculos escuros...
sábado, 7 de janeiro de 2017
Abacaxi
Ele
é ação, atividade contínua e recorrente. Gasta energia e consome energia.
Trabalha, sente fome, mexe muito as mãos
no trabalho e depois quebra nozes. Estica o dia inteiro, fazendo idéias
vingarem materialmente, quando sente sono sente culpa, não relaxa. As palavras
são concatenados raciocínios, as conversas permeiam o fato da palavra como
ponto de partida porém um aspecto autoritário rechaça o que foge a sua pauta, chegando
a lugar nenhum de especificidade, simetria e cerco determinado por seu escopo.
Uma intenção generosa vem a ser o pandemônio. Negar o que foi dito por ele é a
maior agressão, costurar a regra é experimental, enfrentar é o delírio. É muito
cálcio, muito tutano, envergadura para fazer engolir barbaridades se quer ser
levado a sério.
Parece
ser o último da fila, o obsoleto, vencido, ultrapassado mas entre a atividade
das idéias materializadas e o raciocínio concatenado, ele humilha, grosseiramente,
bruto e rude defendendo a educação, a cultura e a cortesia.
O
seu fôlego aguenta uma extensão de frases construídas, é muita saliva gasta
para acachapar em cuidado. Nenhuma virtude ou correção tem alívio, escolho o
silêncio. Uma conversa tem força de promessa, compromisso é religião. Heresia é
pular o passo-a-passo do sonho,
brincadeira está num tempo pretérito.
Há
um tiro que atravessa meu coração, há um ácido que me deforma, há um amargo licor
depois da refeição, há uma saúde corrosiva, há uma sátira designada.
O
doce está lá, seja num aquoso olhar que nem se olha ou na metáfora, eu caçula como
a parte inferior do abacaxi, a mais docinha.
Resolvi
que sou um problema e os outros que resolvam. Assim, chata.
Já
adivinho seu julgamento, pode olhar, tentar enquadrar, por na linha. Jamais
farei charme de contrariar, faço na convenção. Sou de fora para ser de dentro.
Sei mais de você do que de mim. Respeitar os limites encarcera uma criança. É o
tempo de tudo que aconteceu estar previsto na máscara curva arqueada para cima
ou para baixo. Não quero nada de ruim, nem de errado, um dragão; inexistente.
Sonhos
e pesadelos, um cachorro do Tibet que pula durante a meditação é atropelado
quando equilibra as energias da casa. Não machuca mas assusta.
Movimentos,
circulação, timer no ar condicionado.
Deixar
o verão para mais tarde...considerar se é cedo ou tarde.
Você se opõe, você contesta é ato de contradição. Por incoerência, atos sucessivos ditos.
terça-feira, 30 de agosto de 2016
Hora marcada para tatuar hena
Tem em minhas mãos noturnas a linha da vida que encontra dedo médio, prospera a imagem da hena por toda a extensão de
alcance, antenas com tempo marcado.
Sarah, garota de pele
branca, nariz avantajado e cabelos caídos por sobre os ombros como um manto de
introspecção, reflete a culpa expiada das estrelas.
Pontos celestes sob aflições.
De brilho vívido, experiência decadente, alavancadas genéricas, porção legal, dose ilícita, marca feita procura encontro sob medida.
Unhas mordiscadas no canto de boca solta veneno doce, um segredo de limar relevos ásperos, provoca brilho.
Na disciplina de forjar por um lugar, assento provisório guarda prazer de homem que tem fantasia.
Corrói minha alma mesquinha da gentileza volátil.
Pensamento, feituras. Teço exteriores no corriqueiro mulher.
Teias extensas movem a luz da presa, instala aranha de patas negras e
finas em pesar obscuro da vontade, no verso, na prosa, no traço, no ponto.
Enrosco e procuro vítima, desenho escarlate, A, feminino.
Enquanto indivisível, crível rímel, lavar e secar.
Seu é estilhaço do todo, enfeite úmido, escolha, destino de corda.
Parte o bolo em fatia, e mais uma
fatia, e mais uma fatia.
De espera, de confeito, de desobediência do calar, do
imediatismo do sentir.
De tanto querer o que não lhe consome, de consumir o
consumível, de sumir com o consumido, do consumido sumir, o consumado dar
notícia para o próprio estado de sumiço, somar ao só.
O sal e o açúcar. O
saleiro e a diabetes, a tireóide e a festa. A dieta do olho gordo.
Na estática do cabelo em pé, do inseto que vem em meu nariz,
do reflexo para retirar com olhar ágil, faz tufão com mão e quer adentrar ao perigo, mais
adentro que a passagem para o calabouço, prisão escura, grades de ferro, caldeirão de vidas olhos negros não querem liberdade.
Quer lanças, espadas, machados, estrelas ninja e acertar um cenho.
Um olhar cristalino, puro, aquele que navega em azul, inocente, minha ondulação aquáticá, gentil quadro de minha tangente.
O sangue não escorre, somente procura
o defunto da idéia.
Mira livros, análises, posicionamentos, Sempre
independentes.
Comete a alegria do para sempre, vivendo os laços de cetim, frous frous e catedrais de lã.
Laça forte o cadarço e velcro e pisa brava na brisa.
Perna reage em estalo do músculo, um salto muscular, Rejuvenesce na caminhada.
O lance é que com a cabeça no lugar procura a ignorância que habita por completo na meditação de sentidos.
Sendo quer ser mais, assim esquece o que sente. E muito assaz procura o todo para contar ou inventar.
Quer inteiro, conferir por seus saltos as dores de cotovelo, confeitar doces, fatiar bolos.
Mãos noturnas, pulseira, dedo médio, linha da vida.
Em oração, bolinha por bolinha, deseja a vontade, vontade de matar.
Quer dedicar um mausoléu, docemente assassina.
Baía de aflições, ilha de alegria.
sexta-feira, 20 de maio de 2016
do incompreensível ao indelével
Me leva para praia, para o campo.
Assento de couro, música alta, vento
no rosto.
Lagoas paradas de superfície calma e
profundidade turbulenta.
A cada km corrido vou me ajustando a
você.
Fora dos limites de São Paulo, a
fantasia de roça, de praia com coquetel, biquini e piscina.
Descobrir o que te apraz é meu
alimento, aprendo teu alimento, nos alimentamos das diferenças.
No frio seu agasalho nas quinas das
minhas tangentes, me fazem rondar em volta de sua proteção.
Da fragilidade da inocência, do
sucesso do interesse, da união de princípio de história.
Na cama na primeira vez, foi do jeito
que a moça deve ser, na segunda, terceira...foi martelando a posse,
a perda, a falta, o gasto.
Da importância das histórias, a fim
de fazer a história, tantas histórias no teatro.
Muito bom, muito ruim meu conhecimento
perdia para uma carne e voz, a qualidade de acordo com nossos vinhos
depurados no paladar.
O cinema era em dia, o europeu, o
argentino em todas as tramas uma pulga atrás da orelha, mas as
músicas eram nossas sem fantasia.
A vida junto caiu na realidade da
labuta, música enlatada, teatro para o novo, cinema para colar.
Toda cultura da nossa novela, repete o
episódio da vida breve e só uma, com personagens novos.
Musas da plateia, atrizes sendo pessoa comum, o espetáculo é nosso fim.
Vem, vem. Isso, mostra, expõe.
Devagar ou rápido?
Vai no seu tempo, do jeito que você
gostar.
Ah que bonito, que delícia. Mas é
isso e só.
Quero-quero. Raiva de um, de todos,
geral.
As causas todas são minhas, suas são
todas minhas, nada meu, nada seu.
Volta aos clássicos, aos lentos, aos
tristes, aos documentários.
À catarse, a emoção, à lágrima.
Do incompreensível ao indelével.
Irã.
quinta-feira, 12 de maio de 2016
sim, ele não é seu
Você namora, ele canta sua amiga, você é casada, ele sai com as amigas dele, você amamenta, opa, momento certo.
Você adota a postura da mulher árabe que sabe mas não fala, você encontra sua paz.
Ele goza.
Você aceita tudo quando namorada, faz suas firulas e recomenda às amigas.
Até ganhar barriga, começa a dar conselhos de fidelidade, de ciclos.
Faz quiz de sinais se ele te ama, encontra distrações, corre com as amigas.
Faz quiz de sinais se ele te ama, encontra distrações, corre com as amigas.
Momento certo uns pegam putas todo dia, punheta, boquete enquanto você cuida dos filhos pequenos.
Outros querem uma amante trouxa como você.
Vê seu filho crescer e goza com o gozo do seu marido e curte Marisa Monte.
E o homem precisa que você seja trouxa, que suas lágrimas e sua luta purifiquem este pau aleatório.
E você quer passar por esta situação, por cima por baixo, mas atenção:
porque tem amantes que querem que seu casamento dure para ela usar ele a seu bel prazer até você descobrir, portanto descubra na hora certa: com casa e filho.
E seja trouxa.
E seja trouxa.
terça-feira, 10 de maio de 2016
porn food
Na quitanda vi o tomate apodrecendo, rejeitados com fendas qualquer e todas as casas extraem molho.
Os últimos serão os primeiros, eles com entradas na polpa e meio caminho andado sem a pele era a imagem da fartura, de potes e mais potes armazenados para um macarrão esperto.
A sensação de tomate vermelho podre com fenda vendo a polpa, quase pelado é o desperdício do bom proveito.
Escolhe as berinjelas cautelosa, cada furinho é certo uma minhoca que passeia na carne, chegou antes que você e tenta adivinhar para não compartilhar.
O babaganush vem com aroma de roxo no fogo, de lenha que defuma o sabor.
Agrião é ele, ela é couve flor. Ela é beterraba, ele pepino. Ela rabanete, ele couve de bruxelas.
Todos eles curtem pimentão, cebola e limão.
Faz tosca a torta diz quiche de alho poró. Faz integral torta de escarola.
Olha as bananas, amarelas, bananas. Cachos.
Coloca duas tangerinas embaixo da blusa, se exibe rindo da prótese.
De peitinhos empinados espertos sabe que a Ponkan não tem caroço, o doce da outra perde para a facilidade.
Compra uma maça por vaidade, duas peras quer mergulhar no vinho, se lambuza com caqui e seu centro de gosma, brinca na língua.
O abacate tem sustância, pega, aperta, fura, chupa; é peito, é pinto.
Mamão na mesa de manhã, para quem pode, sem semente.
Coentro no peixe, cebolinha no cuscuz, salsinha em muita outras, dill no salmão defumado.
Todos verdinhos picadinhos areia quase imperceptível deixa sua marca e o tempero da erva.
Peixes sem escamas expostos com suas bocas bobas sobre branco estático.
Passou, olhou o namorado, levou atum na duvida do linguado.
A tilápia e a pescadinha vão se ver na farinha e fritos.
O arenque nem no pão, nem debaixo de rolo de macarrão.
A lula estica na boca, come o corte inteiro ou corta com o dente o que sempre estica.
O polvo beija da ventosa e embarco na nau do argonauta que é um mito frito na manteiga.
Requeijão é Luana Piovanni, catupiry é Mariana Ximenes, queijo branco é Audrey Hepburn, ricota Natalie Portman, mussarela é Julia Roberts, queijo prato Nicole Kidman, queijo brie é Marylin Monroe, emmental é Rachel Weinz, queijo de cabra Winona Rider e mussarela de buffala Sofia Loren.
Isabel Filardis avelã, Tais Araújo castanha do pará, Sharon Menezes nozes, Camila Pitanga amendoa.
Damasco é o homem.
Eu sou todas as pimentas.
ah tem dó, ele fala por si só
Ah tem dó.
Ele manca na minha frente mas
atravessando a passarela por cima da avenida seu passo é esperto.
Seu olho é azul e vermelho é a cor que condena.
Ele quer saber se estamos no inverno,
ah tem dó, ele pensa na estação.
Ele é bonito, ele quer saber o que é
carisma, ah tem dó.
Ele me oferece cachaça, um bêbado
sozinho, ah tem dó.
Ele perdeu a guarda da filha, a
ex-mulher não deixa vê-la, tem dó dela.
Ele vai falar com o ex-patrão, não
sabe se vai reaver seu caminhão.
Ah tem dó.
Ele diz que vai fazer a barba, diz que
vai ficar bonito amanhã e sorri e a chama de vossa alteza.
Ele diz que ama sua inteligência,
ele a ama a cada dia que passa, ele ama sua beleza.
Ela empresta um livro da Zibia
Gasparetto, O amor venceu.
Ele diz que vai ler e anotar, ele conta
todo dia o que está acontecendo no livro, o nome dos personagens e o
que fizeram.
Ela imagina ele sozinho lendo, com a perda do amor.
Cada dia que passa se declara seu amor
alto e bom som e ela ri descontroladamente.
Cada dia que passa ela evita olhar para
ele, ela tem asco de seus pelos.
Ele fica bem de amarelo mas é a mesma
camiseta todos os dias.
Ela também é carente mas entregar o
ouro quando nem ouro há, fica sem jogo.
Ele não quer saber se ela se incomoda
com sua mancada falsa, com suas perguntas burras, com seu alcoolismo,
com sua falta de estrutura.
Seu amor egoísta só se preocupa com o
estandarte do ridículo e ela ri descontroladamente.
Ela só pode
emprestar um livro espírita e ouvir suas histórias.
Cada reação positiva ou negativa a
ele, o amor dele cresce, ela respeita a chama acessa mas ele precisa
dar ignição na vida dele.
Ele não prestigia ela e ele fala por
si só.
segunda-feira, 9 de maio de 2016
olha
Ela conta de sua tia cega enquanto lembra da casa da infância com
folhas no chão, grama alta e escadaria. –Muito parecida. Diz
Histórias do passado também trazem infelicidade, lembramos da tenra
infância em festa mas acompanha o sentimento que se divide. Não falamos do que
desagrada mas está lá em alguma gaveta silenciosa, a desgraça não se conta pois
nunca se supera ao ponto da ironia de sua dor.
Olha, a tia cega era inocente, não sabia de nada e ainda assim era
enganada, mas sabia de quem desconfiar. Aquela casa trouxe tia Zumira.
-Olha, essa casa, com portão e acima grade de segurança, -Dá para o céu,
uma casa de frente para o oceano em SP.
- Que bom que tem essa praça vou fazer exercício.
-Agora me conta para que essas máquinas, para
quem não tem caminhão?
-É muito bom para os braços, alonga.
-Essa casa é chique.
- Mulher de bom gosto e marido
também.
-Certamente mulher com bom gosto, marido com bolso.
-Vamos escrever sobre as casas?
-Escrever sobre o chique não tem graça, mas se tudo que a gente imagina
não for escrito, não existe.
- A imaginação e a realidade, você precisa ler Pablo Neruda.
-Casava com Pablo Neruda, corria atrás de seu carro.
- Olha aquela casa.
-Malibu, essa palmeira parece coqueiro. Eles serviriam uns tapas.
-Nossa essa casa é minha cara.
Paramos. A casa era linda, de pedra, com escada um jardim acompanhando
entrada de vidro.
- A essa é a casa do vovô, entrada com mosaico russo, cadeira de
balanço.
-Essa é assombrada. Medo. Não é do sonho mas moraria nela.
-Essa é bem sem graça né? Salmão, porta bonita e só.
- Que cheiro é esse?
– Dama da noite.
– Tá, mas onde está a árvore?
–
Aqui, de flor amarela.
– Só conheço a lilás e branca. (cheirei) Tem cheiro de boneca menina
flor que usava toca.
– É.
-Olha essa casa! Um altar com vela e uma santa.
– Precisa fazer um
minuto de silêncio.
- E essa? Senta um jovem sem camisa
com fones de ouvido.
– A casa eu não sei, que menino bom. Sentava ali no sofá
com ele. Oi Tia.
– Precisamos tirar foto de todas essas casas.
– E o menino?
–
Fica na intimidade da nossa imaginação!
-Tem um cata-vento no jardim.
–Tem também dois pneus. Essa casa é de
doido. Olhamos dentro, muitas plantas na mesa de jantar
–De senhora.
– De senhora
doida varrida.
– De feirante, olha a barraca dela.
- E essa do fusca vermelho?
– Ah tem arquitetura legal, é de
pesquisador.
- Ah essa é a minha cara. Casa feliz. Que nem sua amiga que se
programou para ser feliz.
- Não posso andar nessa rua. Morava ali.
Andamos em silêncio, olhei para cima vi um homem, me assustei e dei boa
noite ela também deu.
-Achei que estava vendo assombração dei boa noite para confirmar que
era humano, parecia o Frankstein.
– Também achei, por isso dei boa noite.
-E essa casa?
– Essa parece do nordeste, bora ver televisão com a
vizinha Tia Maria?!
Voltando o percurso.
-Você ouviu? Você ouviu? Não via nada e gritos de homem.
– É aquele
homem na praça agonizando.
– Onde, não vejo, cadê? Vi, credo, ele vai morrer.
–Ei,
ei, (para o tio da casa da Tia Zumira) Ei, ei você é surdo?
Achei que eu estava
no além, com um homem agonizando na praça e um surdo assoviando em seu jardim
de grama alta.
-Você é muito frágil, se impressiona e pode não voltar.
-Eu grito, eu agonizo, mas eu volto.
- Tia Zumira era muito bonita e ficou cega, fizeram macumba com o cabelo dela. Inveja.
- A inveja só existe da propriedade do outro. Alguns querem o carro, nós a casa e levaram a visão de tia Zumira.
sexta-feira, 6 de maio de 2016
mulher?
O homem precisa da mãe.
Da mulher, ele critica que ela seja
noveleira. Da tela ele idolatra a malvada interesseira ou a boazinha do
rancho, até a desvirtuada que não obedece a palavra do pai ou
a novinha com sonhos.
Ele só deixa você ver novela em casa
para não ouvir detalhes do seu dia.
Mulher em casa é um bicho calado e
contemplativo que fia o pensamento tortuoso e planeja vinganças
perfumada.
Quando ela quer pegar mais pesado ela lê um livro.
No silêncio tem uma relação de amor
inaudita.
A mesa o prazer, a bebida o orgulho, os
talheres a consideração (mesmo na troca de mãos), o guardanapo a pretensão e a agilidade,
delicadeza ou brutalidade da fome uma história pessoal.
Apetite, dia bom, inapetência, baixa
estima, dieta, luta.
Espera a sobremesa para saciar
frustração, ansiedade e carência do prazer chegar ao fim.
Inicia trabalho da depressão em
cavidade e o convexo dever da louça que espuma e escorre a limpeza.
Distribui o resto em lixos, parte
técnica de desapego que se encaminham ao jardim, animal e ao
itinerário da cidade na dependência do lá fora.
A casa é uma grande coxa de frango com
alecrim roída até o osso da sorte.
Eletromésticos trituram frutas,
legumes, raivas; lavam roupas, amores, desvalores; fritam filés,
invejas, autoridades; congelam peixes, preços, temores; assam bolos,
carinhos, companhias; café; expresso de morte, de amargo, de doce,
de fim. Pula para a fruta descasca caráter, economia, saúde.
O homem precisa de ferro e cálcio
(etc) para ferver seu sangue e firmar seu osso.
A mulher sustenta rebaixada o papel
usurpador da mãe e de seu enigma da posse do filho que não é seu,
cuida de terminar tudo que começou. Conservar picles, compotas,
marido.
E diz muito casada.
Quer processar personagem bandido da
novela, ver a moça do rancho vingar, sofre com a desvirtuada que não
obedece a palavra do pai e sabe que a novinha com sonhos pode se dar
mal.
quinta-feira, 5 de maio de 2016
gala
Você pensa que vai me comprar? Eu
quero atenção que preste.
Você me elege pelo meu carinho e estou
esperando uma fita de cetim para amarrar no meu dedo e lembrar que
você lembra de mim.
Presente de armarinho, baratinho, que
mamãe visita para fazer suas graças. Ela que cuidou bonitinho de
mim, que me vestiu do jeitinho que sua mãe aprova meu bom gosto.
A minha melancolia, de todas as cólicas
que me vem e que não devo pensar mesmo sentindo, sozinha a essa
função hereditária ao me encolher como feto.
Me esquento e
cuido de mim sem expectativa de mãe que largou a mãe.
Nesta estrada caminho ao seu lado, você
em linha reta quer todas as curvas.
As depressões,
obstáculos, acostamento é meu trajeto, que sigo andando ao seu
lado sem analise da mecânica do veículo.
Sou óleo lubrificante,
sujo, escuro e que pode trocar em qualquer quarteirão.
Começo a rodar mais, gastar mais gás,
embuída da alma, sentimento e pensamento que vislumbra um horizonte
que se distancia quando me aproximo.
A caminhada pede graça,
ternura e histeria.
Fora do esquadro sem a justa medida, tem
a crítica que me iguala a mil, dez mil, todas iguais. Únicas
cada qual com seu desenho, de beleza a indecência, de poder a
opressão, de liberdade a repressão.
Como dizia meu pai a dor é mãe e como dói.
Assassino minha complexidade, vivo
sozinha minhas fabulações sobre o pé estrangulado, ainda tenho tesão.
Tira minha inocência, quer minha
ingenuidade.
Seu amor estampa a mentira, meu amor é escolha
que nunca alcança, indiferença que nego com calor, tristeza que
entusiasma com alegria da amiga, amiga que me trai pelo que tenho,
sustento o que não é meu.
Vocifero a cólera da praga que alastra
em todos meus centros e pela periferia sou
bandida, criminosa e passional.
E a razão é o terno de alma boa.
segunda-feira, 2 de maio de 2016
mala doméstica e casa no peito
Viagem
internacional é transpor a porta do aeroporto no embarque carregando
mala doméstica e o interior da casa no peito. É despedir da família
com dicas e apertos para não entrar em situação de sufoco.
Deixar
o namorado com promessa de pureza e celibatos foi a dose.
Escala em Dallas, sem a bagagem, fumei um cigarro do lado de fora do aeroporto e vi uma revoada de corvos barulhentos povoando minha nublada sensação despedida.
Escala em Dallas, sem a bagagem, fumei um cigarro do lado de fora do aeroporto e vi uma revoada de corvos barulhentos povoando minha nublada sensação despedida.
Você
chega no estrangeiro e as providencias primeiras somam o dobro do
dinheiro, você se julga burro por não calcular.
De
primeira viagem coisas como o bilhete do ônibus para o mês, pen
drive enquanto não perder, pilhas, são troco.
Estar
numa homestay tem a vantagem das dicas de sobrevivência, consumos do
provisório a preço bom em estabelecimentos como loja de
departamento, afastado do centro, que se chega com o carro deles, um
atalho.
Mas
brasileiro diz: “quem converte não se diverte” e assim gastei
feliz no primeiro dia o equivalente a um sexto do meu budget. Pelo
desfalque dos próximos meses brindei com café da Starbucks. E grata
pelo ritmo acelerado da minha momstay, entrei no mercado da galeria
com vontade de comprar nossas frutas de inverno.
1
kg de castanhas de caju e brasileirinho de Maria Bethânia foi meu
presente do Brasil.
Queria
comer cashues com eles, me senti enganada na loja de departamento,
por não comprar shampoo, sabonete e pasta de dente.
A
realidade é que eles acham que quem faz intercâmbio é muito rico e
desfrutam do dinheiro da acomodação minha em troca da cultura
deles.
Porém
ficava no porão, aprendi naquelas de pronto em inglês como lavar a
roupa na área de serviço, frente a meu quarto na casa
pré-fabricada.
Tinha
uma chave do portão do quintal e outra da entrada de baixo que eles
também usavam. Momstay me explicou as trancas na saída, falou que
trabalhava na CityHall, prefeitura, fumamos um cigarro juntas e me
recomendou o DuMarrier.
Senti
independência. Apesar de fumar 1 cigarro fracionado por dia.
De
manhã coincidia meu horário com a escola da menina, sua filha, e
conseguia tomar cereal com morango desidratado com leite.
O
pai policial estava afastado do trabalho e cozinhava para todas no
final do dia. Tratava de comer cada pedacinho com bastante elogio e
pouca sacies. Com o passar dos dias e minha frequência na escola,
sempre presente, fim de tarde com frio e fome encontro a cozinha
trancada. E assim todos os outros dias.
Adorava
o lanche de criança de almoço, pão com nutella e pasta de
amendoim, todo dia, sem falta, sem suco! Comecei a reparar nos
lanches dos colegas do curso da ILSC, eram mais substanciosos ao
menos não era cup noodles.
Mas
tenho a característica de não modificar as coisas e me adaptar a
realidades, por isso aproveitava para tomar um suco na lan house,
usar o msn e email, fazer ligação com meu cartão para o Brasil.
Os
telefonemas sempre falhavam, decidi não gastar mais com cartão, nem
sabia da existência do Nextel muito menos da portabilidade. Fui
deixando de narrar minhas descobertas para a família e o namorado
ligava sábado de manhã na homestay.
Acordava
todos os dias sozinha, quase não via mais a menina na casa, subi na
cozinha e comi apenas um pote de cereal, com vontade do segundo mas
entendi que era fracionado.
Acordei
com neve e os meus passos foram os primeiros a deixar rastro naquele
março.
Neste
momento comecei a atravessar a ponte para escola a pé, o ônibus era
quentinho mas eu tinha mais tempo para ouvir música com meu diskman
e ver os trabalhadores civis, loiros e lindos;
Sentia
falta de amigos, mas pensei em ficar longe dos brasileiros, mas como
não ser amigo de brasileiro? Havia grandes grupos de brasileiros, só
observava, porque não tinha identificação nenhuma em ouvir Jamil e
uma noites, que conheci por eles, ou alugar limosine para ir em
balada de brasileiros.
Estava
em Vancouver, Canadá mas viver a vida dos nativos também parecia
ilusão.
Um
dia ia ao shopping com uma colega que saia com muitas sacolas da Gap
e eu de mãos vazias, outro dia ia na loja de maconha e pipe com o
pessoal que fumava maconha verde florescente, maravilhosa no cachimbo
num barzinho para acomodar e lucrar na larica.
Não
estava feliz! Voltava para casa e ainda encontrava a cozinha fechada.
Minha
família era de descendentes de britânico, na colônia de British
Columbia, mas quase não participei de seus programas, só no dia que
cheguei para compras pedi e eles que me deixaram um livro de grandes
poetas ingleses e americanos que lia e traduzia diariamente como John
Keats, T.S.Eliot, E. Cummings.
Estava
estranhando muito ficar sozinha, as trocas esporádicas de e-mail com
minha irmã Mariana eram confissões do meu espírito e ela enviava
frases de Cioran. A foto do ano novo que passei junto a amigos e
irmãs era a força para continuar e querer voltar: Saudade.
Visitei
o bairro de assistência social com travesti com plástica de quinta
que o deformou, salões para injetar heroína até a morte, mendigos
bem vestidos em relação ao Brasil, por causa do frio.
Cioran
permitia a leitura dos que vagavam naquele reduto em um amparo
sagrado, social e mundano.
Voltava
para casa vendo elásticos no chão, parava no boulevard e me
purificava no bairro náutico banhado pelo Pacífico, com muitos
barcos atracados na costa.
Esquecia
da fome, na rua não queria gastar muito dinheiro, queria deixar para
esquiar ao ver todos os dias o cume da montanha com gelo, Whistler. .
Os
totens nos parques começaram a me impactar no monumento que busca
raiz.
Nas
andanças descobri o cinema Paramount, entrei e assisti a Nanny
Macfee.
Emma
Thompson, inglesa protagonizando, criou um mito acerca da minha
momstay.
Mudei
de casa, queria comer melhor e fui para um bairro nobre, casa grande,
quarto com cama queen e calefação.
Assistia
televisão com a filipina, fui para Whashington com ela, suas filhas
eram carismáticas e compartilhei o andar debaixo com uma japonesa.
O
grupo de brasileiros e suas baladas não me interessavam, as
filipinas eram bem dadas, os japoneses homens mudava o mês abria
outras classes e eles ficavam com a mesma professora fiéis e
afeiçoados, as japonesas não se separavam de seus tradutores e
provisões, as mexicanas eram bonitas e se agrupavam como os
brasileiros, os europeus sabiam de seu glam.
Fiz
compras em downtown, joguei bilhar, ia em loja de discos tudo
guardado até hoje.
Meus
amigos eram Fabi, Wilton e Walter...todos insatisfeitos com a Disney
World protestamos em um pub com grandes pints e torcedores de
futebol.
Fabi
era noiva e queria promoção na empresa, dominando o inglês, Wilton
era noivo queria conhecer de tecnologia, Walter queria ficar comigo
na falta de levar bronca de seu chefe no Brasil e termos uma
experiência juntos de durões em Vancouver, com visto de estudantes.
Fomos
para Whistler. Eu não tinha luvas de tactel e Fabi estava mal
agasalhada.
A
montanha nos jogou, cada um de nós separados fomos explorar as
descidas.
Eles
foram de snow board eu e Fabi ski nos vimos no final, gelados e
cheios de adrenalina.
Fiquei
com medo de perder a mão, que estava enrugada e congelada.
Fabi
aqueceu minha mão entre as suas. Um dia não vi mais Walter, me
arrependi de não ter feito parceria, em nome de um celibato e Fabi
foi para Toronto.
Continuei
meus passeios...peguei um ferry boat e fui para Ilha Victoria.
Via
gaivotas voando ao lado com o vento gelado e pinheiros na orla.
Chegamos,
o guia me levou até uma parte, falava, mas resolvi mandar postais
para meus pais.
Na
ilha Victoria, separada da excursão, entrei numa loja de
departamento e me deslumbrei com um relógio da Roots, perdi o
horário de volta e a excursão..
Pedi
para uns meninos bonitos que esperavam também a volta para Vancouver
para ajudar a ler o manual do relógio, entrei no ferry boat e
conheci um japonês que fazia universidade da British Columbia e
aproveitei o restaurante do barco numa conversa que me pareceu que
era o começo da viagem.
Mas
o conselho da escola ficou preocupado comigo, ligaram para o Brasil.
A conselheira pegou os dados do cartão de crédito do meu pai,
comprou minha passagem.
Aya
a japonesa que compartilhava a homestay, com quem assisti O Sorriso
de Monalisa num combate para ver qual das duas fazia melhor que Julia
Roberts, me fez um mini cartão rosa com corações minúsculos
dizendo que sentiria saudades e chorou.
terça-feira, 26 de abril de 2016
passeio passional
Caminhamos
pelo canteiro central da Av. Sumaré
Lana fala
inocente de seu pai, da separação, de doenças, do machismo, da depressão, do
suicídio....
Que Raiva. Dela? Não sei. Que Raiva.
A bicicleta
quase me atropela, tem faixa de ir e de voltar. A ciclista pedalando, na
faixa de ciclistas. Mas tem faixa de ir e de voltar, ela estava na contramão ultrapassando um pedestre.
Todos estão errados, é culpa do pedestre que a ciclista desviou ou culpa dela desviar do pedestre?Ultrapassando pela direita. Eu estava na sua direita, quando ela ultrapassou. mas
Mas eu estava na faixa de ciclista. Porra! Trocamos de lado, eu e a Lana.
E
continuamos a caminhar. E cada assunto fico por dentro como se fosse meu, mas ela falava de si, numa narrativa com entorno e eu era apenas uma ouvinte, até
que a bicicleta quase me atropelou.
Culpa de
Lana? Se me contou de inocência, de seu pai, da separação, de doenças, do
machismo, da depressão, do suicídio. Tô aqui, tô aqui.....e vem a bicicleta e a
culpa ainda é minha. Que raiva!
De quem? Da inocência dela. Sou sabida mas, se
me deixa falar, ocorrem inocências por exemplo: processar a ciclista na possibilidade do atropelamento.
É um passeio
e com Lana é nuclear. Processar uma ciclista na faixa de ciclistas é inocência.
Também quero atropelar...
Diz da
separação, não sei, ela sim. Machista, o pai que a chamava de puta, ele
deprimiu, se viciou em remédio e botou fogo nele mesmo.
Tudo bem
comigo pensando assim, também tenho origem e das minhas penas minhas pernas
andam, elas que carregam meu peso, meu futuro, meu esquecimento e sofrimento.
O que é essa
vida, o que posso fazer? Estou junto. E a invenção? Eu acredito em tudo, mas
minha duvida é a Raiva!
Porque essa história não me pertence, se ouço também é
parte minha....não está escrita, estou em pé,
caminhando.
Minha revolta não era com essa história, era uma revolta que não
podemos fazer nada pela história do outro e quanto mais o outro conta sua
história mais a parte fica, fica a sua parte, mesmo que alguém do seu lado
morra atropelado.
Quem sofre
mais merece mais? O sofrimento dela provoca o meu sofrimento e não é piedade,
porque a história dela tem cerco.
Agora, trocado os lados com as árvores a minha direita, depois do susto.
Lana diz que foi uma londrina na vida passada, porque
gosta do fog, esse nublado da cidade de
nuvens cinzas contínuas cobrindo o fundo do céu.
Essa é a
cena e a cena teve uma história que me gerou raiva e virou rancor.
As sombras
das árvores no chão foi a superfície traidora que ela me distraiu ao lembrar de
Jardim das Cerejeiras.
Dançamos com
nossa sombra, fiquei puta, Butô não é estereótipo, não é mascara.
Quase nos aproximando da ponte da
Estação Sumaré do Metrô, finalmente existi no pretexto.
Depois da raiva do
cerco de sua história familiar, por pouco não ser esmagada por rodas de bicicleta
e a interpretação superficial das sombras.
Um pouco de minha alma e meu
espírito apesar de sórdido, solitário e das trevas, do meu interior; exemplifiquei o butô.
Um japonês ultrapassou a gente e sorriu.
Me senti em casa na Avenida Sumaré.
Como praia quando chega em sua ponta, cada uma abraçou uma árvore...resposta?
Voltamos em guerra nuclear, íntima, pública, profissional.
Homens bonitos nos paqueraram.
debajo de suêno, sueño sin sentido
Ele - E se eles não tivessem esse
sonho?
Ela - ...(sonho)
Ele – O opressor cala quando o
oprimido fala.
Ela (calada)
Ele - A potência de vida permite
paixões.
Ela - Ah
Elas cinco não sabem tocar violão.
Marcam ritmo e urram com todo fôlego,
em cadência uma a uma, cada uma se esvazia num contágio em
dissonantes estridentes, vozes glissadas, boca chiusa, staccato.
A vida é essa manifestação, de
filosofia judaico-cristã a alteridade de planos: entre Deus e a
Vida, na vontade, na Voz.
Meu Deus, ele quer me cantar uma
música-filosofia: do Nada, do Motivo, da Liberdade.
Sim, Liberdade. Elas tinham o violão e
batucavam em seus corpos.
Ele - Porque preencher o Vazio?
Ela- Se o pulmão esvazia, preencho de
ar.
Ele – Materialismo, materialismo.
Ela- Se há colunas, há vazio na
arquitetura. Se há vaga, estaciona: Ser e o Nada.
Ele – Você é prática...
Ela - Liberdade, liberalismo. Invisível crédito...
Ela – E se eles não tivessem esse
sonho...
segunda-feira, 25 de abril de 2016
invenção sobre areia de vidas paralelas
Assistência de interno estão cheios
de filhos renegados.
Um acha que a mãe não o ama, o
outro só fala de sua mãe.
Um faz muito contra a regra, mas não
sustenta o medo.
O outro não tem medo e da regra é exceção.
Encarar a realidade é mais duro que o
rivotril.
Um dorme o outro hipnotiza.
As bolas que tomou ficou letárgico: animal-filho, de jeito débil ficou feroz com a mãe; os choques
que o outro tomou débil-filho de jeito animal deixou a mãe feroz.
O cordão umbilical afrouxa e estreita
em função de um controle institucional.
Na malha fina do psiquiatra, falar de
papai e mamãe desperta seu desejo.
Na malha fina da assistência,
programas televisivos despertam seu desejo.
A questão pessoal nas mãos de outro é
a invenção e a invenção nas mãos do veiculo é alienação.
A história que se conta ao estranho de
confiança não tem mais alegria da infância, o entusiasmo com a
história da TV, não te faz indivíduo, porém coagido.
Narrar seu drama ganha comédia,
palavras ganham peso e experiência exemplo.
Tramas, acerto de contas, vinganças,
fofocas, promovem o plano da falsa experiência.
Alastrados pelas ruas, bancas de
revista cada doido vive a tragédia silenciosa.
Sem mãos dadas à mãe, choram luzes e absurdos deslocados.
Sem mãos dadas à mãe, choram luzes e absurdos deslocados.
O caminho é a direção errada, indo e voltando ao mesmo tempo, da origem ao destino; falso ou verdadeiro.
É invenção sobre areia as vidas paralelas.
quarta-feira, 20 de abril de 2016
empunhada por dentro de um livro, um conto para fora.
Empunhado nas mãos, dentro do livro,
contos elegantes que misturam coser e tecer....tecelagem do texto.
Toda familiaridade com a alfaiataria, tecidos, caimento...descritos
na narrativa do conto dela.
Acendeu a festa de quinze anos, o convite para dançar.
Desde às visitas a Tecelagem Cinerama
com minha mãe às medidas por tirar, o costureiro escolhido pela
minha amiga tem seu preço final e para nós começo de conversa.
Conhecido trabalho de alfaiate, vista
do croqui, o tecido, o modelo eram escolhas da debut.
Para minha mãe era uma visita
investigativa sobre o curioso entendimento do projeto de celebração.
Minha amiga Samathinha, ganhava muito
mais dinheiro que eu da fada do dente e ela me deu um lugar no seu
sonho.
Depois de todas as visitas ao
costureiro, medidas e acertos: o vestido em duas partes juntas.
A saia com caimento e rigor da
forma sobre muitos tules com bainha bordada.
Inteiro azul celeste, corpete de renda que delineava o busto e com alças.
Inteiro azul celeste, corpete de renda que delineava o busto e com alças.
Unificado a saia numa costura invisível
tal vestido, com seu peso dava delícia de entrar.
Por uma noite tive um par, de mãos
dadas dançamos a valsa.
Grande festa no Buffet Torres, todas
meninas de azul e meninos de smoking faziam o corpo.
Samanthinha fez troca de roupa,
suas jóias a ambos os vestidos eram de dar gosto.
Bebi champagne por entre espelhos,
flores, lustres toda delicadeza do alfaiate, às amizades o brinde.
Empunhado em mãos, dentro do livro,
seu filho viu a esperança, voando de patinhas finas e verde. A
visão da esperança da mãe era o pouso dele no seu corpo. Um louva-deus...
Aqui vimos a lagarta verde delineada de preto
com o pigmento laranja dentro. Na parede...longe da folha, do tronco, da árvore, da
terra, da pedra.
Ela queria uma foto, mandar para a irmã, diz que sua
irmã a chama de lagarta.
É porque está em maturação para o vôo. Logo ela, da poética firme...negra bonita...num evento para crianças.
É porque está em maturação para o vôo. Logo ela, da poética firme...negra bonita...num evento para crianças.
Nunca chegamos a lugar
algum, mesmo no lugar do acontecimento, o lugar que estamos é o que temos, mesmo pacífico, o conflito interno busca se harmonizar, a permanência de um estado pacifico é desapropriação de conflito interno.
Essa voracidade calma de todos os dias,
esse apelo ao outro por meio de assunto comum ...
Todos estão assentados sobre o que
são, o outro é mera interlocução para se identificar.
Aficionados por si mesmo nas estórias
que sabem toma-se leitura empunhando.
A leitura da poética firme e beleza negra, remete a Cruz e Souza da erudição, filho de escravos alforriados, ganhou tutela de ex-senhor,
adotou o Souza, foi letrado e grande poeta simbolista.
Um gafanhoto voando para o filho é
esperança ao pousar no corpo da mãe ganha nome de esperança, a poética na negra firme vê a lagarta e não está pronta....
Creio que voar é a esperança
Creio que voar é a esperança
Empunhado em mãos, o livro por dentro
das mordidas e tapas no irmão, enciumada a filha mais velha,
crises nervosas e choro raivoso do impulso inicial do nascimento de
que estou por fora, que o pai só tem seu colo e incompreensão de
tal natureza feroz...
Por dentro dele que tem a prosperidade, escrever
é seu mote.
O homem não tece a teia da vida; ele é
apenas um fio.
Tudo o que faz à teia, ele faz a si
mesmo.
Por entre fios vermelhos e brancos,
entre quatro colunas, uma emaranhando de paz e guerra.
Entro no meio na maior concentração
de fios e enfio minha cabeça, sentada no chão.
Minha cabeça apertada numa sensação
de carinho e pressão, penso que o outro também merece carinho e
pressão.
Se sou o fio da teia da vida, o que
jogo na teia é o que volta para mim: Guerra e Paz, carinho e pressão
é o que faço para você.
terça-feira, 19 de abril de 2016
incorporado
Cada passo pela rua se ergue ao olhar
do outro, cada olhar rebaixa aos quadris, no movimento basculante,
entra momentaneamente em transe.
Mas veio de um lugar onde há apoio,
mexe os braços com seu vão em torno do corpo, a respiração
causa pertencimento em meio a multidão.
Os olhares ficam mirados na face, confirmação
de sua presença, quando não lambe os beiços, no fundo quer constatar e só, isso é muito
pouco, o fundo do olho reconhece e paira sobre sacolas, cores,
cabelos, roupas, chapéu, tatuagens...
O que vem antes daquilo estampado,
aquilo que houve um trabalho, uma escolha, aquela marca feminina ou o homem
corpulento...despertam desejos e necessidades apenas no campo
aspiracional.
É a carga da caminhada...entusiasmo, apoio que
vem antes, encontro no enquanto e projeto que vai solto
Chão de ladrilho, pedaços formam
quadrados, estranha mania do preto e do branco, da rua um grande
quadrado, segue uma reta quadro a quadro.
Cada passo pela rua um olhar, que decai
embaçado, para dentro vê...do lodo do seu estado de espírito, seu
andar massante, incorporado.
A caminhada não é mais sua, a
linha não traça mais, anda quebrando para lá e para cá, nos
quadrados do chão transita a própria vertigem.
Um homem de camisa social cospe no chão
e ela sente que tudo é flúido na multidão, neste trajeto pegajoso.
Transferência de sentimentos preenchem
o peito, apertam o coração, embrulham o estômago, retorce o rosto.
Quer livrar-se de todos, de toda camada
que lhe chega a dor.
Perde o limite, mulheres viram inimigas
e o homem bandido...
Aperta o passo, mexe no cabelo.....anda
atrás de duas amigas que conversam: uma bem gorda a outra bem magra,
não ouve o que dizem com a visão do coque e do rabo de cavalo, não
sabe se observa a retidão de uma ou o alinhamento da outra,
ultrapassa rebelde.
Olha para o tênis do menino que entra
na galeria com um pulo, o mundo indo para frente e ela sempre
atrás...
Entra na loja do coreano, as peças
minúsculas, brilhos...trazem alegria. Cada peça que pega na mão
imagina o mais bonito adorno para se fazer notar.
É observada
pelo funcionário na entrada e saída da loja, do fundo do corredor a
coreana impassível, é levar ou roubar, o pagamento realmente é o
desaforo.
Mas veio de um lugar que há apoio e
isso é muito pouco para uma vergonha ou poder.
Desce para o fluxo, cheia de
antíteses...
Da poluição da rua só a arquitetura
se ergue ao seu olhar, do tico do seu céu pensamento de nuvem.
Para na frente da livraria, gosta do
cheiro de café e da reserva dos atendentes, tempo morto que cava
espaço interno, prateleiras, temas, best sellers,. Que personagem
seria?
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