quarta-feira, 25 de abril de 2012

insuficiência

A lei, a lei maior não me enumera.
Mentira!
O ilimitado, no conflito convencionado.
Histórico impresso nos materiais,
remetido à lembrança.
Alegria conservada.
Futuro sem código,
avança contradito à organização.
Ditames populares no fino trato,
concebem a lei mais baixa.
Pixada no chão, nascente no asfalto.
Insuficiência e remoção.
Teima competência,
Sem garantia, declara afirmação:
à dor, concreta.
Material de depuração.
Pedrinha de caminhão de carga na mão,
destino ao cimento.
Lisa, faz uma trança e deixa sua crença.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

guardinha

Vigilante noturno,
Ausente do sono, marcado pelo ponteiro,
este, local, que descansa a Terra.
Velam pelos outros para seus desvelos.
Se privam em prol dos prazeres privados.
Em sua inversão guarda o romeiro e o progresso.
Coopera com o gesto silente, cheio de idéias em seu útil fim.
Apitos diligentes. Rebatem: ladrar de cães e gatos estridentes.
Detecta a intenção do larápio e o confronta com seu coturno.
Acordado deixa os outros entrarem em estado de sono.
Alerta, pisca a consciência normal de todos.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

pele

A beleza depende da fresta.
Entre cortina preta frisada.
Dos fundos para frente e laterais de relance.
No meio para uma volta pelo todo.
Da frente aparente, o que se esconde e o que escapa.
Princípios comuns, ângulos diferentes.
Interposição interminável , dos pontos de vista militantes mudam sempre de posição.
Traçados em grafite se estendem ao infinito, contentam-se na lápide, sepultada pela pisada da mulata sambista e consagrada pelo anjo azul.
Apoiado sobre parapeito, a fortificação isolada estabelece uma zona livre, inclusive do fogo do inimigo.
É um inútil translúcido que nem suspeita de sua presença presunçosa.
Abandonado, se acha divino.
Orfão se agarra a gramática, narrador a partir de palavras sem corpo. Signos se desintegram, idolatria da astrologia.
Caleidoscópios reflexivos na subexistência calada.
No ofício de salvar a pele é autodetetive a procura de indícios para encontrar sua casa.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

não contém

Meu foco é igual aquilo que parece gás que sai da gasolina, existência etérea.
Sublimo o arranca rabo, porrada é em mim, sou porrada.
A mãe ardilosa, palavra de manta no meu inverno.
Fria, sem fome a observar como cão raivoso.
A recorrer sem arbítrio, imã de mãe atrai e me trai distraída.
A esquina aqui, aos solavancos nos becos de pedra.
Pedra tóxica no plexo, complexo reverso.
Sem propriedade, deveras sonhar.
Escalar a fantasia localizada numa geografia sem mapa.
A imagem aparece num instante de vida, no desejado sono da morte.
Abraços que confundem: necessários e ausentes.
Braços que carregam para o abandono, toma com as mãos para tirar.
No cheio sai de cena no vazio a se desprezar mas no entra e sai ainda respeita.
O olhar recai na quina, lá no alto, jogos de sorte e de azar.
Fixa, compenetrada se deixa modular...
Intensamente se convence que ver atrás de uma peneira pode ser tão relaxante.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

precariedade

Antes a dor da erosão.
Enquanto ponte ou pórtico sustentado, por uma série de arcos, flecha retesada.
Com direção, curvas acentuadas aumentam sua preocupação.
Como imaginação, não quer atrito.
Quer ganhar espaço, com velocidade. Livre de variação natural.
Tomada de uma sensação de repouso, se apresenta nula e isolada do mundo exterior.
Retorna ao movimento, perde e ganha peso, força e importância.
Sua travessia mistura física e metafísica.
Ora é sublime e sem hora, com propriedade, frequenta o obscuro.
Do sonho consumado à ferida infeccionada, corre a vida vaga e prevista num canal nervoso e cariado.
Com ciência e ignorância, sorri com brilho incrédulo dos desentendimentos para manter sua única sabedoria.
Mesmo sem luz em meio a raios e trovões.