segunda-feira, 28 de março de 2016

moléstia

A expectativa do ouro brilha mais não esquenta.
A cobrança, para obter a riqueza, vem dedo em riste que engendra e reverbera rigidez; do trato decepciona.
Do que esquenta, esquece o calor, do carinho dos bens.
A credibilidade transeunte, teia de pensamentos solto nos cruzamentos da cidade; de salvaguarda: um cuspe ou um assalto de consumo.
Aniquila-se aqui para ser salvo ali, na travessia da ponte.
Perfil de marfim, esquenta os motores, padece sensores.
O amor de mãe da louça à mesa, a faca e o pão estende ao sopro de um coração judiado que projeta à luz da imagem, o amor.
A imagem instantânea, fugaz, luminoso selecionado de própria raiz.
Tronco sem desenvoltura, nódulo, fixa a celebridade como salvação.
O amor se amplia na pertinência da expectativa, e reduz na cobrança que decepciona,
Da credibilidade transeunte espelha livremente o que contém as moléstias degradantes.  

Música e besta é o acorde do que se apaga do amor.
Invulnerável memória.


quarta-feira, 16 de março de 2016

tempo da visita

Uma visita
Leva a aflição da vida
O tempo se acumula na culpa
De não estar presente quando o pensamento resgata
Lembrança de tempo que já não é mais
É história dentro da história que ouviu
Tempo, para estar a tempo

domingo, 6 de março de 2016

resposta


Você está aqui. Procura o conteúdo. 
Palavras corridas tendem a significar.
Na leitura se identifica ou rejeita.
Texto é matéria. Uma caminhada gera pensamentos.
Em órbita para o encontro, nota uma árvore: sem folhas e só no centro de um monte.

Esta presença quer resposta.

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quinta-feira, 3 de março de 2016

b-side

Com referência da infância; à mesa com jovens aspirantes a adulto, enrolada e distraída deixou-se levar como num acampamento para jogos e brincadeiras.
Largada pelos pais nas férias, tinha a si mesma, um integrante a mais, bobo que sucumbe ao golpe que nem desconfia.
Uma alegria doente de bem-estar viciado.
Um convite para ocupar o tempo contra seus hábitos, de sua natureza contemplativa, apoiou seus braços na mesa como protesto íntimo de ser levado na maioria.
Viu olhares confidentes e interessados, movidos por curiosidade enquanto sua visão era da vela que iluminou sua noite.
Vista boa, manhã agradável e vento renovador, dentro gostava mesmo de pequenas mortes que causava a si um refúgio do brincar.
No meio não suportava o falatório que decifrava como escape de gente que vê azul concomitante ao seu belo revés.
As festas eram frias expectativas onde o olhar era um mirante de cálculo oportuno.
Previsto o teatro se desvencilhou numa conduta de defesa do trágico fim levados por sentimentos em extrato.
Entre todos por recreação, tinha seus inimigos imaginários, que trata como real por portar-se estranho no familiar, a dúvida da credibilidade e pequena a confiança.
No retiro seu éden, visto como polo negativo achava babaca a perpetuação da espécie.
Manteve pensamentos possíveis da crise que gerou, sem limiar da ficção com a realidade.
Distúrbio em si mais amplo que o estreito fato. A busca por certeza definia angústia, a realidade era pouca coisa perto da elaboração.
Cada segredo, cada intimidade num mundo explícito o que se esconde é previsto.
Onde confiou era fingida e ele era falso. Acreditou viver a verdade e julgou os outros mentirosos.
Surpresa do que não se domestica, o desconhecido, o nascimento, o bebê, a novidade do imprevisto.

Das vontades realizadas de um desejo que nasce com propriedade a resposta da solidão escolhida por sua companhia.