sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

pega nada, dona do carnaval

Passou anos no vai e vem, vem e vai, parte e cola, fica um pouquinho, de pouquinho em pouquinho, ficou bastante. 

Quer tudo e nada mais têm. 

O nada, a memória, do vivido, um rosto e olhar lânguido, não perde a imagem do amor, tão instável, fez paixão. 

Amorosamente perdoou, apaixonadamente errou. 

Partiu o carinho do amor sem maturidade, se lançou no peito jovem, beijos elegantes de um carnaval de pele mulata, negra e branca. 

Beijou ele, depois ele lá, ela acolá e mais uma vontade errada. 

Pega pega, esconde esconde, enrosca, desfaz. 

Entorpecida, se nubla de particularidades. 

Vê o povo de corpo da América, Europa e África. 

Movimento, gesto, máscara, brilho: todos saltam aos olhos fechados mais fáceis de transfigurar no centro do rosto o sorriso aberto convidativo em lágrimas românticas face ao que exclui, ao que ergue a fantasia, o que espera e o que não espera, como o bloco que fica parado ao passo que não acompanha a música. 

Emoção flui em idiomas do mundo como uma onda no mar de Lulu Santos, junta zona norte e zona sul banhado pelo litoral, não leva nada e circunda o corpo-carnaval que se refresca no Rio 40 graus. 

Quarta-feira de cinzas só sabe de mais nada, a memória do vivido e do jovem.   

Um comentário:

Anônimo disse...

E depois, quando a festa acabar, o que vai ser dessa vida?