terça-feira, 14 de julho de 2015

romance sem sofrimento

Era uma vez um romance que a fantasia era mais importante que a personalidade do par.
A praça, a terra, as árvores, as folhagens, as cores escassas tudo no ar, cenário dos pombinhos.  
Pessoas em mundos circunspectos e explícitas ações de fuga, aparência contrária ao neurótico, compulsivo e ansioso.
O casal desfila a jovialidade com ar elegante,  em um entorno esforçadamente feliz.
Postura, respiração, leveza.
Lado a Lado começa a corroer tudo que significa, o que é? Tantas relações, tantos amparos a multiplicidade ao mesmo tempo junto enquanto o que é o castelo que piso numa fantasia?
Ao sair do parque, entra no automóvel do broto, senta-se no co-piloto com meia-calça colorida da estação inverno, enquanto fica na dúvida se cruza a perna ou não, se fala muito ou se cala, se olha para fora a velocidade de pensamento ou estreita o ambiente e se constrange, se ouve sua cabeça ou o rádio, se música ou notícia. Enquanto tantas distrações que controlar o príncipe.
Daí balança para lá, balança para cá, se olha no espelho e pensa num sorvete de massa.
Lambe lambe o sorvete, muda com olhão, morde a casquinha com os dentes da frente sistematicamente, limpa-se no guardanapo.
O brilho de um olhar que reflete a pergunta da ilusão e a resposta do que é?
Deixa farelos na praça para que venham as aves que vem e que vão como o verão.

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