Era uma vez um romance que a fantasia era mais importante
que a personalidade do par.
A praça, a terra, as árvores, as folhagens, as cores
escassas tudo no ar, cenário dos pombinhos.
Pessoas em mundos circunspectos e explícitas ações de fuga, aparência
contrária ao neurótico, compulsivo e ansioso.
O casal desfila a jovialidade com ar elegante, em um entorno esforçadamente feliz.
Postura, respiração, leveza.
Lado a Lado começa a corroer tudo que significa, o que é?
Tantas relações, tantos amparos a multiplicidade ao mesmo tempo junto enquanto
o que é o castelo que piso numa fantasia?
Ao sair do parque, entra no automóvel do broto, senta-se no
co-piloto com meia-calça colorida da estação inverno, enquanto fica na dúvida
se cruza a perna ou não, se fala muito ou se cala, se olha para fora a velocidade
de pensamento ou estreita o ambiente e se constrange, se ouve sua cabeça ou o
rádio, se música ou notícia. Enquanto tantas distrações que controlar o
príncipe.
Daí balança para lá, balança para cá, se olha no espelho e
pensa num sorvete de massa.
Lambe lambe o sorvete, muda com olhão, morde a casquinha com
os dentes da frente sistematicamente, limpa-se no guardanapo.
O brilho de um olhar que reflete a pergunta da ilusão e a resposta do que é?
Deixa farelos na praça para que venham as aves que vem e que
vão como o verão. O brilho de um olhar que reflete a pergunta da ilusão e a resposta do que é?
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