segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Acordar muito cedo

Acordar muito cedo é um poço que vai do escuro para o claro, trazendo da fonte, a luz inaugural.
O encontro com a manhã cumprimenta os pássaros em mutação de turnos, modulando seu sibilado.
Raios solares rompem cortinas, descobre com a incisão de luz, direta e indireta, pela fresta ou tecido.
Em casa, a poeira a pique, na rua, motores aquecidos.
Do corpo, estado pacato, olhar vagaroso, movimentos sem pressa preparando-se para o ligeiro ataque da natureza, o Sol.
Sem educação, o golpe do dia dissemina o aroma do café e pão. Sentado a mesa, límpido e fresco, bebe um copo d’água e suja as mãos ao folhear o jornal.
Com repugnância pensa no disparate dos fatos noticiados.
No meio do café, pensa no seu dia do fim ao princípio.
Sem ensaio sai. Entra na cidade.

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