domingo, 8 de janeiro de 2017

põe óculos escuros?

Põe óculos escuros. Pronto, ninguém detectou o constrangimento.
  
A calcinha vive adiante a entrar no bumbum. Anda e conversa, desenterra-a discretamente. Ao lado de quem conversa, uma pernada diferente. Pessoas na frente, logo, pessoas atrás. Quer viver num canto. Põe óculos?
No restaurante depois do jantar escolhido a dedo cada prato que compõe seu banquete. Vem a conta com a máquina de cartão. Tudo normal, crédito ou débito? Por dentro, na sorte por favor, crédito. Não passa. Faz tipo de indignado, porque já está surpreso. Faz tipo de rico, porque já está pobre. Faz tipo de garantia, dá garantia. Põe óculos?
Caminhando pelos bares bonitos da cidade, distraído, cai num espelho d’água. Todos olham e ele pede aplausos. Senta ao bar pede uma garrafa de whyski. 
Embriagado anda pela avenida de carro e é parado pela viatura de polícia. Olha mareado os policiais, se apoia na viatura não entra no seu carro por não haver ordem, desencosta do carro e cambaleia para frente da autoridade, recua e justifica o menu do jantar. Pensa em declarar dinheiro ou enfiar na cintura do policial para sair. Quer alguém que desenterrasse a calcinha do bumbum fora do canto. Põe óculos escuros...

Nenhum comentário: