Ele - E se eles não tivessem esse
sonho?
Ela - ...(sonho)
Ele – O opressor cala quando o
oprimido fala.
Ela (calada)
Ele - A potência de vida permite
paixões.
Ela - Ah
Elas cinco não sabem tocar violão.
Marcam ritmo e urram com todo fôlego,
em cadência uma a uma, cada uma se esvazia num contágio em
dissonantes estridentes, vozes glissadas, boca chiusa, staccato.
A vida é essa manifestação, de
filosofia judaico-cristã a alteridade de planos: entre Deus e a
Vida, na vontade, na Voz.
Meu Deus, ele quer me cantar uma
música-filosofia: do Nada, do Motivo, da Liberdade.
Sim, Liberdade. Elas tinham o violão e
batucavam em seus corpos.
Ele - Porque preencher o Vazio?
Ela- Se o pulmão esvazia, preencho de
ar.
Ele – Materialismo, materialismo.
Ela- Se há colunas, há vazio na
arquitetura. Se há vaga, estaciona: Ser e o Nada.
Ele – Você é prática...
Ela - Liberdade, liberalismo. Invisível crédito...
Ela – E se eles não tivessem esse
sonho...
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